Pintando Sem Solvente

A grande maioria dos pintores usam algum tipo de solvente para diluir a tinta óleo. Muitas vezes o artista nem sequer sabe ao certo por que dilui sua tinta. Na maioria dos casos, a resposta é simplesmente por que esse é o modo ensinado nas escolas e ateliês brasileiros. Todos no Brasil usam solvente ou óleo para “afinar” a tinta. Mas, você já pensou por que faz isso? Será uma prática realmente necessária em seu caso? Para responder essa pergunta de modo definitivo e claro, recomendamos que leiam nosso artigo Como Diluir a Tinta a Óleo.

 

Mesmo depois de entender certas questões inerentes ao processo muitos artistas sensíveis ao odor do solvente, acabam por abandonar a prática da pintura óleo pois pensam ser impossível praticar essa modalidade sem o uso de solvente. Mas, ao contrário do que se imagina, o solvente nem sempre foi usado na pintura. Como exemplo, não há registros de que na antiguidade os pintores europeus faziam uso de solventes voláteis. Há menção de materiais similares a solventes voláteis somente em tratados a partir do século XVII, sendo que o uso popular do material entre artistas começa somente no período posterior a revolução industrial.

Portanto, para os pintores que possuem algum tipo de alergia ou sensibilidade a solvente, é perfeitamente possível pintar sem usar esse material. É apenas uma questão de hábito até que voce acostume a não usar mais o solvente. A tinta obviamente ficará mais grossa, mas com o tempo, verá que é possível manuseá-la e assim pintar sem solvente. É comum sentir dificuldade em empurrar a tinta se você estiver usando pincéis macios. Se deixou de lado o uso do solvente e você só pinta com tinta pura, pode ser uma boa idéia tentar fazer uso de pincéis de cerdas mais duras, como os pincéis de pêlo de porco ou de cerdas brancas sintéticas.

É possível trocar o solvente por um óleo vegetal, embora seja necessário entender que a tinta não apresentará um acabamento fino mas um aspecto mais pastoso. Nesse caso, também é mais difícil controlar a tinta devido a presença de excesso de matéria pastosa na pintura. Uma outra solução é o uso do óleo de linhaça como diluente, embora seja necessário que a adição seja mínima, para que não provoque o amarelamento do filme formado na pintura depois de seca e a extensão em demasia do tempo de secagem.

Mas, lembre-se que tudo tem um limite: alguns efeitos simplesmente são impossíveis de se alcançar sem uso do solvente. Mas, sobretudo se o artista possui um trabalho de pinceladas largas e com maior quantidade de tinta, ele não sentirá falta da necessidade de diluir a tinta, permitindo dispensar o solvente. Ainda assim, se o artista costuma diluir sua tinta, tornando-a menos pastosa, existem algumas medidas que podem ser tomadas, sem que seja necessário o uso de um solvente.

 

Solvente Inodoro Gamblin


A medida mais prática é mudar sua marca de tinta, pois talvez a mesma possa ser muito grossa. É possível encontrar no mercado tintas menos espessas, que apresentam corpo mais fino sem que se perca demais a quantidade de pigmento. Difícilmente um artista disposto a pagar o preço de experimentar inúmeras marcas não encontrará algo do seu gosto. Se voce não encontrou, é por que não experimentou marcas suficientes. Um bom exemplo de marcas de tintas menos pastosas, mas de boa qualidade, são algumas linhas da Schmincke, Lukas e algumas cores da Winton (linha estudante da Winsor & Newton). 

A medida mais prática é testar outras marcas de tinta, sendo que as variações de pastosidade mudam consideravelmente entre as elas, sendo possível encontrar marcas com pastosidade mais concordante com o gosto pessoal do artista. Difícilmente um artista disposto a pagar o preço de experimentar inúmeras marcas não encontrará algo do seu gosto. Se voce não encontrou, é por que não experimentou marcas suficientes.

Caso a mudança de marca não seja suficiente, e você tenha experimentado de tudo, sem estar satisfeito, é possível fazer uso de outros veículos no lugar do solvente, como os óleos vegetais. Ao invés de diluir a tinta com a terebintina, dilui-se com um óleo vegetal, como o óleo de linaça. No entanto, é preciso que se mantenha a proporção de óleo de linhaça numa quantidade mínima e nunca em exagero: o óleo vegetal faz com que a tinta seque mais devagar além de promover um maior amarelamento quando em grande quantidade misturado a tinta. É exatamente porisso que a maioria dos artistas fazem uso do solvente e não do óleo para diluir sua tinta. Como comentado em artigo anterior, é interessante que não se use mais do que 20% de óleo na porção de tinta a ser usada. O ideal na verdade é que se use ainda menos do que isso. Uma outra saída é a preparação de uma emulsão de ovo para diluir a tinta, embora seja essa uma solução mais complexa do que o uso do óleo de linhaça.

Portanto, cabe ao artista testar as possibilidades e entender com quais se adapta melhor. Muitas vantagens são incluídas num processo livre de solvente, economiza-se com um material a menos, elimina-se o odor do solvente, que mesmo podendo ser de um diluente inodoro (como o ecosolv), pode trazer irritação aos mais sensíveis e finalmente a conservação dos pincéis, pois os solventes encurtam sua vida útil, principalmente dos pêlos naturais ou mais delicados, sua eliminação prolonga o uso de ferramentas como os pincéis kolynsky, sable, mongoose, esquilo e outros pêlos nobres.

Conclusão
Não há milagre para a solução do problema, e o cenário ideal é que o artista continue usando a terebintina, mas é importante lembrar que a maioria dos artistas não faz uso do solvente com bom senso, e se o mesmo prestar mais atenção a seu processo poderá evitar certas práticas que são responsáveis por afetarem sua sensibilidade. Abaixo, algumas práticas que minimizam o cheiro do solvente e que fazem a diferença quanto ao uso do solvente no ateliê:

1. Não é necessário colocar um monte de solvente num receptáculo grande. Coloque pouco solvente num godê pequeno, isso ajuda a minimizar grandemente o cheiro de solvente.
2. Use um godê com tampa e mantenha ele fechado enquanto não estiver em uso. O mesmo pode ser feito com o frasco do solvente feche-o e coloque-o longe da área de trabalho.
3. Quando for limpar seu pincel com solvente e com ajuda de um trapo ou toalha de papel, mantenha o pano ou os descartes (toalha suja de solvente), numa mesa auxiliar longe da área de trabalho. Muitas vezes, o artista deixa o pano no cavalete, e o cheiro do solvente sobe direto para as narinas.
4. Sempre trabalhe num local arejado, abra todas as portas e janelas.
5. Use um ventilador para empurrar o ar da sala para uma saída de ar. Abra a janela e coleque-se entre o ventilador e a janela, desse modo, o pouco cheiro de solvente é empurrado para fora.

6. Dê preferência para o solvente ecológico, também chamado de diluente eco ou eco-solv, ele possuí menos cheiro.
7. Como último recurso, ao invés de usar como diluente um solvente, faça uso de óleo de linhaça, embora a pratica não seja ideal.

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BIBLIOGRAFIA
MAYER; Ralph; Manual do Artista; Martins Fontes; 1950; 1957 e 1970.
MOTTA, Edson; SALGADO, Maria; Iniciação a Pintura; Editora Nova Fronteira; 1976.
LAURIE; A.P.; The Painter´s Method´s and Materials; Dover; 1967.
AMIEN; Art Materials Information and Education Center; 2011.

53 Comments

  1. Não aguento! A Água Ráz é um solvente grosso, e não um substrato destilado feito para durar. Existem inúmeras impurezas em sua constituinte e é extremamente gordurosa. O pior é que essa gordura NÃO é proveniente de um óleo secante. Podem contar traços de óleos NÃO secativos, e fazer sua tinta demorar mais a secar. Faça um teste. Ponha um pingo de Água Ráz num tecido ou papel, e pingue uma gota de terebentina ao lado. Voce verá que a Água Ráz deixa residuo, e a Terebentina não.Agora imagine. Além de quebrar a proporção de óleo/pigmento de sua tinta, voce ainda adicionará resíduos excessivos de gordura não secativa e outras impurezas. Definitivamente, procedimento não recomendado!

  2. Muito bom Marcio! Uma outra possibilidade de começar a pintura sem solvente seria utilizar um pincel de cerda dura espalhando mais a tinta sem solvente numa primeira sessão Certo? Acho li isso no Ralph Mayer. Sem contar na massa de carbonato é claro… No Brasil pintar sem solvente é bem raro entre os artistas, mas esse assunto vem sendo bastante abordado nos blogs e foruns americanos ultimamente, acho que as pessoas estão acordando para analizar a real necessidade de encharcar a pintura com solvente, A permanencia da obra agradece! rsAbraço, exelente post!Leo

  3. Bom dia Léo, meu amigo!Sim, usar um pincel de cerda mais dura também pode ajudar. Claro, se sua técnica ou efeito final permitir, é claro. No caso da pintura em camada e nas veladuras o aconselhável sempre serão os pincéis macios, mas para uma pintura mais solta, ou para alla prima, as cerdas duras são uma ótima opção. Muito bem lembrado. Se o artista deseja algo \”no meio do caminho\”, entre as cerdas duras e moles, aconselho os pincéis de cerdas de Mongoose, sintéticas ou naturais.O Carbonato de Cálcio também é uma boa opção de ingrediente num medium que contenha veículo para melhorar alastramento e fluidez, assim como tranparência.Pinto sem solvente já faz algum tempo, sem problema algum. Obrigado pelo seu comentário! Um abração!

  4. interessante, marcio. realmente não havia ainda atentado para o NÃO uso de solvente. apenas para o EXCESSO de uso de solvente. e, mesmo neste caso, sempre havia a solução do medium terebintina + óleo de linhaça. uso muito pincéis de pelos macios pelas características de meu trabalho. e confesso-me meio viciado numa terebintina (o cheiro dela faz parte da minha adolescência, meu primeiro estojo de pintura, meus primeiros quadros, sabe como é, né?, rsrs… pintamos também com nossas memórias…). você me vai fazer ter uma noite de sono agitado…um abraço cheio de preocupações…paulo de carvalho

  5. Paulo, não perca o sono! O que preocupa é o excesso de terebintina, e não o uso cauteloso do mesmo. Existem pintores que diluem a tinta diretamente com terebintina, isso sim, é preocupante. Sempre usar terebintina, o tempo todo, enfraquecendo as propriedades elásticas da tinta. Se voce usa um pouco de terebintina no medium, digamos, 1/3 ou até mesmo uma parte pra outra parte de óleo, já temos um cenário melhor.Veja bem, o uso do solvente não é algo perigoso a pintura, contanto que o solvente sej usado para alterar MODESTAMENTE a tinta. A nossa regra de 20% de medium na tinta, com um medium que leve 1/2 parte de terebentina já garante boa mudança pra consistência sem nenhum perigo a longo prazo. Portanto, NÃO perca o sono Paulo! Um abraço!

  6. ufa! fico mais tranquilo. bom, isso bate com o que já imaginava.mudando de assunto: gostaria de lhe propor um tema para um post. desculpe-me se você já o abordou anteriormente. o assunto seria longo de explicar, vou tentar ser breve: tenho um problema sério em relação a igualar o brilho da camada final da pintura. não posso me dar ao luxo de esperar meio ano para envernizar um quadro com pincel, infelizmente. então uso um verniz aplicado em spray e por mais que tente, sempre vejo desigualdades na superfície. sei que tenho superfícies mais rugosas, outras mais lisas. mas as lisas predominam. de frente não, mas de lado as diferenças de brilho são gritantes. algo a ser fazer?paulo de carvalho

  7. Paulo, é um problema comum, e está na lista do top 10 das perguntas mais frequentes! Voce pode aplicar o que chamamos de \”couch\” em sua pintura. Preste bem atenção nas suas áreas opacas e sem brilho e molhando a ponta de um dos dedos em óleo de linhaça e então \”massageie\” essas áreas. Pode inclusive usar um lenço descartável de papel para retirar o excesso. Isso deve secar em dois ou três dias e ser suficiente para unificar o brilho da pintura como um todo. Lembre-se que a idéia é usar MUITO pouco óleo. Abraço!

  8. fantástico, marcio! já tinha lido sobre o couch no seu post, mas não para igualar o brilho da pintura. ótima idéia, mesmo! apenas suponho que esta camada de couch seja aplicada antes do verniz final, pois não?gratíssimo,paulo de carvalho

  9. Sim Paulo, a idéia é usá-lo no lugar do verniz para saturar as cores e trazer brilho. Você NÃO irá envernizar a obra imediatamente depois do couch. É um \”truque\” pra poder expô-la em tempo hábil somente… depois que tiver passado um bom tempo (6 meses, 1 ano) para a pintura e o couch secarem, aí sim, poderá envernizá-la. Mas lembre-se, é uma camada FINÍSSIMA com o uso de pouquíssimo óleo. Abraço!

  10. Fiz meu primeiro contato com você exatamente para perguntar sobre isso, dicas de como utilizar solvente. Acabei me convencendo, com suas explicações, que talvez seja melhor encontrarmos dicas de como não usarmos solventes. Passo por aqui sempre e não me canso de aprender. Parabéns por mais uma bela dica.

  11. Pois é Rosário, essa é uma das perguntas que mais recebo. O pessoal GOSTA de solvente! Obrigado pelos seus comentários, sempre tão generosos! Adorei seu passo a passo, e já fiquei sabendo que haverá um outro! Estou curioso! Abração meu amigo!

  12. hum…minha professora recente ensinou a umedecer o pincel na água rás, retirando-se o excesso e depois na tinta p dar a demão de fundo, as demais ssomente será usado a tinta a óleo…uma professora anterior fazia a mistura de terebintina+linhaça, essa eu acho q o pincel desliza melhor na tela, mas só com água rás (um mínimo) a pintura parece ficar mais fina, e de acordo com a professora n irá craquelar no futuro (dúvida)..Tenho telas pintadas de 10 anos atrás com a mistura terebintina+linhaça q estão perfeitas…estou na dúvida se entro em desacordo com a professora recente e retorno p mistura terebintina+linhaça …pode me ajudsr a sanar essa dúvida?

  13. Olá Kalila! A água raz é um solvente bruto, de procedência diferente da terebentina. O problema é que a Água Raz (invariavelmente) pode conter traços de gorduras saturadas que levam MUITO mais tempo para secar do que as gorduras encontradas no óleo de linhaça. Por se tratar de um solvente bruto, e com pouca destilação, a Água Ráz é muito mais agressiva com os pincéis de pelos naturais que porventura voce possa vir a usar.Faça um teste do papel: pingue um pouco de água ráz numa sulfite, e mais afastado, pingue um pouco de terebentina. Espere evaporar por pelo menos uma hora. Examine o papel e veja os resíduos de ambas substâncias. Voce notará que a terebentina praticamente não deixa residuos, enquanto a Água Ráz forma um resíduo gorduroso que inclusive pode tingir o papel com traços amarelados. O uso da água raz implica em deixar esses resíduos em seus pincéis e na sua pintura.A prática do uso da água ráz parte sempre do pensamento da econômia. Mas faz algum sentido usar pincéis e tintas caros e economizar somente no solvente? A terebentina artística bi-destilada é feita justamente para a pintura, e é solvente mais indicado. Se voce não gosta de solventes, é possível pintar e lavar seus pincéis sem o uso de solvente. Mas se prefere usar solventes, só use terebentina. Um abraço!

  14. Obrigada por esclarecer as minhas dúvidas, vou conversar com a professora. É ruim uma pessoa leiga como eu querer mudar o q uma pessoa q pinta há muito tempo pensa, mas acho q aí prevalece o bom senso. Nâo gostei de pintar com água raz, prefiro a leveza da linhaça. By.

  15. OI pessoal queria saber qual o pincel adequado para pintar rosascerda mole ou cerda dura?Grato:IsaacDeus abençõe

  16. OI quero saber se é certo usar só óleo de linhaça para diluir a tintaNão tenho conhecimento nessa areaTo descobrindo ainda o mundo magico da pinturanem fiz curso nenhum ainda mas ja pinto do meu jeito

  17. Olá Isaac. Os pincéis de cerda dura são melhores para o início da pintura, quando é necessário espalhar bastante a tinta. Também é bom para tintas mais densas e trabalhos mais soltos. Os pincéis de cerdas moles são melhores para trabalhar a tinta de forma mais delicada, durante a metade ou final da obra, ou para tintas com mais óleo e para trabalhos mais lisos e contidos. Abraço!Outro erro comum é usar agua-ráz e outros solventes com destilação insatisfatória para pintura. Compre somente terebentina bi-destilada, encontrada nas lojas de materiais artísticos. É interessante lembrar que muitos pintores não usam NENHUM tipo de adição a sua tinta para pintar sendo possível pintar sem solvente ou óleo.Voce pode usar óleo de linhaça para dar um corpo mais líquido a sua tinta se preferir, mas é sempre bom manter a tinta próxima de suas características originais, portanto, evite adicionar óleo demais. Uma regra de ouro é nunca adicionar mais do que 20% de óleo ou de terebentina a sua porção de tinta. Um abraço!

  18. Olá, Márcio,Em primeiro lugar, parabéns pela altíssima qualidade do conteúdo de seu blog. Sendo da área acadêmica (Filosofia) eu estava ansioso por algum site que lançasse esse olhar científico sobre a pintura.Pinto predominantemente em acrílica, mas a falta de um site como o seu, nesse medium, está me deixando cada vez mais com vontade de migrar para o óleo.Recentemente descobri também o site do Tad Spurgeon, que elogia muito o tal \”putty medium\”, e sempre o comenta em associação à pintura sem solvente. Nesse sentido, pergunto: qual o substituto nacional para o \”marble dust\” (calcita) que vai na receita do putty medium? A propósito, você tem o livro do Tad, \”Living Craft\”, e recomendaria ele?Abraço,Jerzy

  19. Olá Jerzy! Tente mudar para o óleo. É bem diferente, muito suntuoso… uma experiência única, vale a pena!O Tad é um dos meus correspondentes nos EUA mais frequentes. Trocamos muitos e-mails há alguns anos atrás. Mas a pesquisa dele tomou um rumo diferente do meu, e acabamos por perder um pouco o contato. Já faz algum tempo que não entro em seu site. Mas, sua pesquisa é muito interessante, com uma postura séria e muito disciplinado. Muita coisa boa. Ainda não comprei o Living Craft, apesar de estar na minha lista de próximas aquisições nos próximos meses! Sim, recomendo que compre o livro.O Marble Dust é literalmente o pó de mármore. Voce pode encontrá-lo em marmorarias, ou, na Casa do Artista. Um substituto que não é a mesma coisa, pois produz um putty mais macio e de comportamento levemente diferente é o carbonato de cálcio. Diferentes procedências de carbonato também diferem em seu comportamento.Obrigado por seus elogios, fico muito contente com sua gentileza. E volta a escrever! Um grande abraço! Marcio

  20. Impossível ficar sem consultar um site de tamanha generosidade e conhecimento sobre artes. Parabéns e obrigada sempre1

  21. Esse é um valioso site que todo e qualquer artista deveria consultar antes de se aventurar na pintura e mesmo para os que já dominam esse universo. Parabéns por tonar o mundo da arte mais belo ainda.

  22. Consulto esse site no momento em que me preocupo mais especificamente com a durabilidade do meu trabalho. De qualquer maneira, estranho em todas as perguntas e respostas a ausência da questão da expressão individual, associada à técnica. Não imagino a minha capacidade de expressão no óleo, sem que a tinta seja fluída: trabalho em sucessivas camadas tranparentes, até chegar ao empaste. Como isso pode estar errado, se o melhor resultado expressivo eu alcanço assim?P.S. Já pintei sim, como a tinta direta do tubo; Porém, com espátula.Edgard Rodrigues edgar.rodrigues@uol.com.br

  23. Caro Edgar, não há certo e errado, mas procedimentos mais seguros e outros menos seguros. Modificar a catálise do pigmento/veículo é sempre arriscado, principalmente quando há grande exagero em veículo (nesse caso, solvente). Limitando-se a no máximo 20%, estará dentro de uma melhor margem de segurança. Pense na seguinte possibilidade: se voce gosta de tinta mais líquida, é possível encontrar marcas que ofereçam corpo mais líquido, e se vice deseja alcançar transparências, também é possível alcança-la com pigmentos que são naturalmente transparentes. Pintar com adição de solvente é totalmente possível e muito mais seguro do que usar grandes quantidades de solvente.

  24. Sou autodidata, em sempre vi muitas aulas pela internet, ou post em site, sobre preparação de medium mas eu nunca gostei de misturar ou adicionar nada às tintas que uso. Então eu estava fazendo certo instintivamente. Um abraço! Cleber Oliveira

  25. Veja bem Celso, não há certo e errado. Há somente possibilidades que muitas vezes passam despercebidas pelos artistas, e uma delas é a opção de se pintar SEM solvente algum. É uma opção totalmente possível nem sempre praticada por falta de bom senso. Um grande abraço!

  26. Olá Marcio, em primeiro lugar parabéns pelos posts. Já leio seu blog há tempos, mas estou ainda iniciando na pintura com óleo. Gosto da técnica alla prima e também espatulada, o que, de cara, já anula a necessidade de solvente para a tinta. Queria que você respondesse a duas dúvidas minhas, se possível: posso começar manchando a tela com tinta acrílica (bastante aguada) para marcar os blocos? E a segunda: para limpar 100% os pinceis, basta usar água morna no final? E durante o processo, basta tirar o excesso com papel? Grato e parabéns mais uma vez.

  27. Caro Beto, grato por seu elogio.A questão da adesão do óleo sobre a acrílica ainda é um assunto que gera controversias no campo de estudo dos materiais. As opiniões estão ainda divididas. Pessoalmente, creio não haver problemas quando a camada da acrílica for de fato bem fina e as camadas subsequentes de óleo com impasto generoso. É importante lembrar que a textura do tecido usado na tela não deve ser extremamente liso. O tecido deve mostrar os poros mesmo depois da aplicação da acrílica, para que o óleo posso se agarrar adequadamente ao suporte. O uso da água morna com bastante sabão é adequado. O mais importante é que se lave quantas vezes for necessário para que todo o resto de tinta saia, conservando os pincéis. Grande abraço!

  28. Boa noite Marcio!Muito obrigado pela qualidade das informações!Me desculpe se a pergunta é um pouco básica ou ignorante, mas li este artigo e o outro sobre Mediums e não encontrei uma resposta exata.Parei de pintar a óleo por causa do cheiro do solvente e não sabia que era possível pintar sem ele.Durante a pintura como é feita a limpeza do pincel? Utiliza um pano ou papel toalha para retirar o excesso? É o suficiente para não sujar as outras tintas com a que fica nas cerdas?Após o término da pintura também é possível limpar sem o solvente? Li em algum comentário água morna e sabão neutro, é isso mesmo?Muito obrigado, grande abraço!

  29. Olá Fábio! Durante a pintura, para a troca de pinceis, somente óleo de linhaça para tirar o excesso e depois um pano para retirar o óleo sujo. Após a pintura, sim, somente água e sabão neutro, não precisa nem ser morna, mas ajuda quando quiser fazer uma limpeza mais adequada. Você verá que é possível trabalhar assim e não sentirá falta do solvente. Grande abraço!

  30. Oi Marcio! sempre pintei usando terebentina+óleo de linhaça. Nessa última tela, experimentei ecosolv+óleo de linhaça na primeira demão. Grande erro! já faz uns cinco dias e o cheiro não dar pra suportar com a tela dentro de casa. Tive que deixá-la do lado de fora. Já pensei até em descartá-la.Existe alguma maneira de neutralizar esse cheiro? e qual a sua opinião em se usar secante de cobalto no médio? Abraço e obrigado.

  31. Caro Valmy,É estranho. Geralmente a mistura de qualquer solvente inodoro ao óleo de linhaça não costuma deixar tanto odor. O secante de cobalto deve sempre ser usado em ínfimas quantidades ou preferencialmente ser trocado por secantes mais seguros, como aqueles com base em resinas alquídicas. Abraço!

  32. Olá Marcio! Obrigado pela dica sobre o secante. Já resolvi o problema do cheiro forte do ecosolv. Coloquei a tela exposta ao sol por algumas horas e o solvente exalou. Observei suas orientações sobre solvente. Não usarei mais solvente. Obrigado, abraço.

  33. Não é só possível COMO tbm muito correto e melhor pintar sem solvente.. as linhas de tinta t alens por exemplo são já bastante amanteigados. E a cultura dos solventes é mais uma questão de hábito do q necessidade absoluta de usar Los. sou um pintor clássico e não vejo motivo algum para usar terebintina ou qualquer outro solvente. Óleo de linhaça sim. Muito pouco inclusive. As obras de Pedro alexandrino muitas delas são apenas óleo de linhaça na tinta para dar uma transparência naqueles fundos transparentes aparecendo até a marca das cerdas do pincel na tela. Praticamente uma sujeira. Rembrandt tbm e tantos outros faziam isso. Tive tantos malogro quando iniciei na pintura fazendo testes com tudo q eu sabia das pesquisas.. conclusão :: nenhuma efeito é superior ao da tinta oleo pura e somente modificada alguma cor pesada com uma gotinha de oleo de linhaça. Todas obras q Rembrandt fez com acréscimos de materiais porosos como carbonato de cálcio ou farinha e várias outras coisitas mas. Eram testes q ele como pintor fazia.. porém podem ver q não estão presentes em todas as obras dele. Gosto muito do seu blog caro Márcio. Ele é muito importante para todos nós. Vc é um excelente artista e pessoa tbm . PORQ se preocupa em dividir. Abraço e tudo de melhor sempre.

  34. Tenho buscado na NET dicas sobre pintura, e não havia encontrado ainda nada melhor que este post ! O que mais me incomodava e impedia de pintar era a tal mistura às tintas… finalmente vou conseguir.Um grande abraço.Parabéns,muito obrigada !

  35. Olá e muito obrigado por dicas tão uteis!Por favor, tenho uma questão.Existe uma \”técnica\” ou hábito não sei, entre os artistas de usarem uma primeira tinta muito diluída. Para esboçar a pintura e ou facilitara marcação das áreas claras/escuras. Alguns artistas deixam até este\”underpainting\” aparecer em seus trabalhos. Achei este \”método\” fácil mas, depois de suas dicas, estou preocupado com a durabilidade de meus trabalhos… Existe alternativas para a execução desta primeira camada na pintura que, não seja com tintas muito diluídas? Saudações.

  36. Caro Amarildo, o texto que voce leu era resultado de um problema no software de atualização do site, que sumiu com uma parte desse artigo e \”colou\” parte de outro artigo completamente diferente. Isso provavelmente aconteceu em alguma das muitas manutenções que faço nesse site periodicamente, a qual não percebi. Dessa forma, o acidente dava um sentido muito diferente do que deveria. Desconsidere e fique tranquilo, na verdade, não há problema algum em pintar mais diluido e continuar a engordar a tinta nas camadas posteriores. Peço desculpas e note como já arrumei o artigo, agradeço por ter me avisado. Grande abraço!

  37. Bom dia. Grande post o de vocês! Acompanho diversas dicas por aqui e utilizo em minhas aulas. Acho interessante a possibilidade para pintar sem solvente, mas penso na questão de como limpar os pincéis sem o solvente. Não sei se apenas com detergente ou algum outro tipo de sabão líquido neutro poderia realizar a limpeza ideal.Obrigado. E aguardo resposta 😉

  38. olá Marcio boa noite,a pergunta que eu ia fazer é exatamente uma pergunta acima respondida por vc,é que o Vinicius silva ensina fazer a primeira parte da pintura diluida em terebintina, e as outras com medium,e por fim detalhes com a tinta pura,quer dizer que este procedimento é seguro para a durabilidade da obra? o bom é não usar solvente nenhum como vc disse.abraço.

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